quinta-feira, 28 de junho de 2007

Brasileiros rejeitados no exterior

Acabo de ler um post no blog Exílio (in)voluntário que me impressionou. Segundo uma reportagem do Fantástico do dia 27 de maio (veja o vídeo aqui), os Estados Unidos, a Espanha e a Inglaterra são os três países que mais barram os brasileiros no exterior. No caso da Espanha, segundo os depoimentos, as inadimissões seriam injustificadas, pois a escolha para quem pode entrar ou não é aleatória, sem critérios - não adianta nada a pessoa ter a documentação exigida, hotel pago, passagem de volta, essas coisas.

Nunca viajei para os Estados Unidos sem a devida documentação e nem passei mais tempo do que havia sido fornecido prá mim no passaporte, mas sempre tremia na alfândega - achava que alguma coisa ia acontecer para eles me barrarem. Mas, nunca o fizeram. A fama que os americanos têm de serem tão rígidos quanto à entrada de brasileiros acho, é infundada. Lógico que estou falando de cima minha experiência, mas não tenho nenhuma história prá contar de brasileiros que não foram admitidos no país. Você sabe de alguma? Conte prá mim! Já de brasileiros deportados, não posso falar o mesmo.

Bebidas Acoólicas Parte II

Voltando ao tema, além da idade mínima para o consumo de bebidas alcoólicas, ser pego dirigindo sob influência de álcool é crime! E pelo que percebo quando falamos no assunto por aqui, uma vergonha pessoal e familiar!


Na Califórnia, as primeiras leis sobre dirigir intoxicado foram estabelecidas em 1911. Mas, a expressão intoxicado deixava margens para interpretações particulares sobre quem estava em condições de dirigir e quem não estava. Apesar das pessoas serem pegas pelos policiais e levadas ao tribunal, muitas delas saíam sem serem punidas adequadamente. Então, nos anos 80, com a pressão de vários grupos organizados, notadamente um grupo chamado "Mães Contra Direção Alcoolizada", que consiste de mães de vítimas que foram acidentadas por causa de motoristas dirigindo alcoolizados, houve uma mudança nas leis que estipulou o nível de álcool no sangue que o indivíduo que dirigia devia ter, para ser considerado sob a influência de álcool (aqui, Driving Under the Influence, virou um acrônimo que todo mundo conhece, DUI). A história completa e outros links sobre o assunto em California DUI .


Se um policial pára o seu carro com a suspeita de que você está "dirigindo sob a influência" (pode ser de bebida alcoólica ou drogas), ele deve solicitar um teste de sobriedade prá você (existe uma dezena deles, dá uma olhada nesse link, se quiser informações detalhadas Field Sobriety Tests). Os mais comuns são falar o alfabeto de trás prá frente (eu não consigo fazer isso nem sóbria!!!), andar sobre uma linha reta, colocar o dedo na ponta do nariz e fazer o quatro. Além disso, o policial pode solicitar que você faça o teste do bafômetro. Você tem o direito de negar, mas isso será utilizado no tribunal - é, você será julgado! - como se fosse uma confissão de que você estava dirigindo alcoolizado. Há varias consequências para quem é preso em por causa de uma DUI, de suspensão da carteira (foi o que aconteceu com Paris Hilton), multa, ter que fazer serviços comunitários (como pegar lixo na beira das estradas), ou seja, a pessoa vai ser punida de alguma forma. E se é a segunda vez que isso ocorre durante um certo período - dez anos, acho - aí a coisa é ainda mais complicada.
O vídeo abaixo mostra um suspeito de estar dirigindo sob influência de bebidas alcoólicas sendo testado. É engraçadíssimo, apesar de trágico!


terça-feira, 26 de junho de 2007

Yes, nós temos Tomates!!!



Nem bem cheguei a esse mundo blogosferático e fui nomeada, com indicação da minha querida amiga do blog De Ponta Cabeça, a Chris, ao prêmio chamado Blog com Tomates. Segundo a inventora, Brit , merece o prêmio aquele blog que luta pelos direitos fundamentais do ser humano. Fico muito contente com a indicação, Chris, mas não estava muito crente de me enquadrar aí. Porém, dando uma olhada no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, percebi que ela baseia-se na essencialidade de se "encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações", só então me convenci que posso me considerar parte dessa luta, sim.

Bem, como todo prêmio só tem gosto bom quando é compartilhado, quem recebe tem que nomear cinco outros blogs que se enquadram na definição. Aí vão os meus escolhidos, todos de brasileiras que moram fora do Brasil, e que desta forma, na minha interpretação da Declaração em questão, contribuem para o mesmo fim que o meu blog!

Sonho meu, da Elena Fletcher.

Stuck in Sac, da Leila Couceiro.

Mikix, no Canadá, da Mirella.

Diários de um Bambolê, da Megui.

Vadiando, da Lilia.

Cada uma tem um jeito único de contar suas aventuras e desaventuras fora do Brasil, cada uma delas contribui para a compreensão de que estamos, na verdade, num só mundo!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Abuso legal


A minha intenção era de voltar ao tema do uso de bebida alcóolica aqui e das diferenças quanto ao Brasil, mas uma notícia que acabo de ler na internet, e que está em todos os jornais televisivos, me obrigou a falar do sistema judiciário americano e como as pessoas abusam de tanto direito!






A notícia que me desvirtuou foi o resultado de uma briga na justiça entre um juiz e uma lavanderia. Segundo Roy L. Pearson, o juiz, a lavanderia teria perdido uma calça nova que ele havia deixado lá prá lavar. Quando ele retornou para pegar a calça, foi surpreendido com uma calça que não era a dele. Resultado: o senhor Pearson queria receber 54 milhões de dólares porque, segundo ele, a lavanderia não serviu a uma das leis da cidade que é a de "satisfação garantida". Ele perdeu a causa. A história completa no link : The Pants of Millions .


Os Estados Unidos têm todo o tipo de lei prá proteger os consumidores e as pessoas são encorajadas por advogados especializados a buscar compensações sobre abusos cometidos. Há um lado bastante positivo nisso. Depois de consumidores ganharem ação atrás de ação, o respeito ao consumidor aumentou muuuiiito. Isso tudo fez com que os comerciais fossem mais explicativos quanto aos efeitos dos produtos anunciados; foi aqui que se reenforçou a necessidade dos produtos nos supermercados terem todo tipo de informação e isso se estendeu a todo tipo de direitos e responsabilidades.



Uma outra grande diferença que havia notado aqui havia sido com relação aos parques para as crianças pequenas - acho que até uns 9 anos. Todos são cobertos de areia, algo que já vi no Brasil, mas aí não é comum. Mas o mais interessante que encontrei foram os balanços! Eles são sempre feitos de borracha! Não é fantástica a idéia? Mas a mudança só veio depois de algumas criançcas "quebrarem a cabeça" depois de baterem nos balanços de madeira e as mães entrarem na justiça contra os responsáveis pelos parques e ganharem alguns milhões de dólares. O efeito foi positivo, apesar de um pouco tarde.

Mas, no geral, acho que, apesar de tornar os americanos sempre alertas e com medo de fazer alguma coisa - ou não fazer - que possa gerar um caso na justiça, as consequências parecem terem sido positivas no cotidiano das pessoas. Mas, é lógico, que sempre vai haver aquele tipo de pessoa que quer tirar vantagem da situação, e isso acontece aqui, no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo porque o ser humano, visto de perto, é o mesmo em qualquer lugar!
As fotos são de um parque pequeno aqui perto de casa!



sexta-feira, 22 de junho de 2007

Bebidas alcoólicas - Parte I


Esse é um tema muito vasto, complexo e diferentemente abordado no Brasil. Eu mesma ainda estou tentando entender todas as legislações e abrangência acerca do assunto. Vou ter que falar sobre o consumo de álcool e sua proibição em vários níveis do cotidiano das pessoas aqui, mas achei por bem começar pela idade.

A idéia só veio depois que, pela segunda vez, ao pedir uma bebida alcoólica por aqui, solicitaram minha identidade!!!! A primeira vez foi no avião, vindo prá cá, alguns anos atrás, quando pedi vinho para acompanhar meu jantar. Acho que, provavelmente porque eu estava morrendo de rir assistindo à Era do Gelo, a aeromoça achou que eu só podia ser menor de idade para o consumo de bebidas!!!

Acontece que, o consumo de álcool aqui na Califórnia só é permitido após 21 anos de idade!!! Se o sujeito menor de 21 anos é pego tentando comprar bebida alcoólica, ele pode ser condenado a pagar uma multa de até U$ 100.00 e/ou fazer 24 a 32 horas de serviços comunitários e mais, ele perde a carteira de motorista por um ano (lembre que aqui eles tiram a carteira aos 16 anos) e se ele não tiver uma, ele terá que esperar um ano a mais prá poder tirar - ou seja, vai ficar atrasado em relação aos amigos, só podendo tirar a carteira aos 17 anos! E isso é só prá quem tenta comprar bebida alcoólica!

Prá quem é menor de 21 e é pego com qualquer bebida alcoólica, a multa pode ser de U$ 250.00, 24 a 32 horas de serviços comunitários e a perda da carteira de motorista por um ano ou, se ele não tiver ainda, terá que esperar um ano a mais prá tirar uma!

E, adicionado à tudo isso há punição para quem serve bebida a menores - eles podem ser condenados até mesmo se o menor tinha uma identidade falsa ou adulterada, ou seja, mesmo eles pedindo a identidade à pessoa, eles têm que estar certos de que o documento é verdadeiro!!! E claro, também há várias punições para os donos de estabelecimentos que forem pegos vendendo bebidas à menores, não vou entrar nestes detalhes.

O tema é levado tão a sério por aqui que, até mesmo uma adaptação de "Chapeuzinho Vermelho", em que a heroína leva prá vovózinha uma cesta com comida e vinho, foi retirada da lista de livros recomendados para a leitura por um Conselho Escolar numa cidade aqui da Califórnia!


Bem, como disse o tema se estende em vários outros âmbitos da vida por aqui, e eu continuo a falar do assunto num próximo post, tá?


quinta-feira, 21 de junho de 2007

Álbum!!!!

Adicionei um álbum no pé da página e coloquei algumas fotos da família Ross em atividades comuns por aqui, que depois vou comentar nos posts. Mas você também pode adicionar sua foto ou vídeo! Entre no album! É só clicar no "Sign this guestbook" e mandar!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Praias!!!!


Prá quem morou no Rio de Janeiro e frequentava as praias da Barra da Tijuca e Copacabana, e também havia visitado algumas praias turísticas do Nordeste brasileiro, é quase um choque a reação que se tem ao ir às praias aqui.
Primeiro, se você pretende passar o dia por lá, você tem que levar bolsas e mais bolsas com tudo o que vai precisar, porque ambulantes não existem. Então você coloca toalhas, protetor solar, cadeiras, guarda-sol, alguns brinquedos para as crianças,e claro, você não pode esquecer da bolsa térmica para levar frutas e algum lanchinho, porque a fome vai pintar e não tem onde comprar! Ou seja, como chamamos no Rio, você se transforma num legítimo "farofeiro"!!!!

Pelo o que eu entendi até agora, existem "State Beaches" e as que não são. A única diferença que identifiquei é que nas State Beaches é permitido levar cachorros e há várias leis para organizar tuuuudo! A organização é impressionante. Há espaço para estacionamento - você pode pagar para ficar logo em frente da areia ou ir para estacionamentos gratuitos, onde vai ter que andar um pouquinho-, lugar para acampar, banheiros com chuveiro - é de graça, a não ser que você queira água quente - ; cachorro, só na coleira, lógico, e é proibido o consumo de bebida alcoólica - o tema é quase um tabu por aqui, falo mais sobre isso num próximo post. Em algumas praias chega-se a se separar aonde as pessoas podem surfar e aonde não se pode, inclusive partes separadas para quem só vai brincar de morey boogie, meu caso.

Como os americanos sempre estão acompanhados de seus filhos (eu arriscaria dizer que aqui, a média é de dois filhos por família) eles brincam de tudo na praia, de frescoball (sim!), à bocha, passando por futebol americano e baseball. Mas tudo com muito respeito a quem está passando, geralmente longe para não ser incoveniente.

Como a Califórnia fica na costa do Oceano Pacífico, a realidade que estou contando é do lado Oeste do país, ok? Só disse isso porque essa seria a principal razão prá a água do mar ser tão gelada, em comparação com as praias brasileiras. Já tive que usar wetsuit prá poder entrar na água e brincar de morey, mesmo num dia de sol forte. Agora já estou um pouco mais acostumada. No fim de semana passado, quando fomos à paria, a temperatura da água estava em torno de 18 ºC , mas depois de umas duas tentaivas, me acostumei e já estava entrando na água sem reclamar.

Outra coisa muito comum de se encontrar aqui, não sei se tem uma época do ano prá isso, é o que chamamos de seaweed. Cientificamente elas são algas macroscópicas, mas parecem, na verdade, grandes plantas. No começo eu ficava um pouco enojada com a coisa, mas agora já tenho um boa relação com elas. Na verdade as praias são completamente limpas, nunca vi um lixo no mar ou na areia, só essas plantas que fazem parecer que há sujeira por todo o lado.
A areia também é diferente, lógico. Mas depende da praia: existem as cinzas e grossas, as que tem muitas pedras e as mais fininhas.

Acho que a foto é boa prá confirmar o que falei: há seaweed por todo lado, gente com roupa de frio, as cadeiras com mil coisas trazidas... Esta é a praia de San Elijo, onde fomos no último fim de semana...

domingo, 17 de junho de 2007

Onde moro na Califórnia

Moro numa cidade chamada Murrieta, no condado de Riverside, a cerca de 40 minutos de San Diego, no sul da Califórnia. A area é chamada aqui de "subúrbio", porque nos anos 80 as populações de cidades como San Diego e Los Angeles começaram a crescer, trazendo, inevitavelmente a violência, o intenso tráfego, enfim, a qualidade de vida começou a cair e os preços dos imóveis começaram a aumentar e então, as pessoas começaram a mudar para áreas próximas, mas ainda em desenvolvimento, como Murrieta. Por causa disso, acho eu, os subúrbios são conhecidos por terem cidades mais limpas, organizadas e seguras.
Apesar de ser bastante próxima da costa, a cidade fica num vale, o que, segundo minhas noções escolares de geografia, impede que a brisa do mar chegue até aqui, e por isso as temperaturas são altas, como mostrado no post anterior. O estado da Califórnia faz parte de um deserto, literalmente, e como estamos na costa do Pacífico, nas cidades praianas faz sempre frio e há uma névoa que impede que o sol apareça e aqueça as águas no verão. Raramente há um dia como hoje, quando podemos aproveitar a praia. Geralmente tá o maior sol aqui no vale, um calor de matar e quando ligo para alguns amigos que moram na praia para checar a metereologia - não oficial - descubro que não é dia de praia... Bem diferente para quem morava no Rio de Janeiro, onde até mesmo com nuvens no céu, há o que chamamos de "mormaço", que queima a pele dos desavisados.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Temperatura

Nossa, quando falei dos pesos e medidas me esqueci completamente de comentar a dificuldade que tenho de transformar Fahrenheit, escala de temperatura que os americanos usam, em Celsius, escala utilizada no Brasil. Eu tenho uma boa idéia da transformação - quando vejo a previsão do tempo na tevê, por exemplo, consigo entender se no dia seguinte vai fazer frio ou não - mas às vezes me perco.
Ontem, assistia a um programa na televisão sobre a seca numa parte da África e o repórter dizia que lá fazia 119 graus (Fahrenheit, lógico) e eu sei que o número significa que estava bem quente, muito quente, mas só com uma tabela pra poder saber quanto aquela temperatura seria, em Celsius. Parece que é necessária a transformação pra que eu sinta quão quente o número indica, engraçado não? Ah, e só pra deixar claro, 119ºF é igual a 48.3 Celsius e a equação que eu sempre uso é ºC = (ºF-32)/1.8, só que pra ficar mais fácil pra fazer a conta de cabeça, eu sempre arredondo o 1.8 pra 2.
Aliás, a foto mostra a previsão para os próximos dias por aqui onde moro - ainda estamos na primavera; parece que o verão promete!!!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Feriados e datas comemorativas

Ontem foi dia dos namorados aí, no Brasil. Aqui não. Comemorei assim mesmo com o meu marido! Aqui o dia dos namorados, chamado "Valentine's Day" é no dia 14 de fevereiro e é um pouco diferente porque também é o dia do amigo, então todo mundo acaba recebendo presente, mesmo não tendo namorado(a), legal, né?
Mas as datas comemorativas, aqui, ainda me confundem. Vocês acreditam que o dia dos pais é no próximo domingo? Só descobri graças ao belo trabalho dos anunciantes, que há duas semanas vêm falando no assunto! O dia de Corpus Christi, que aí foi na semana passada, nem é mencionado aqui. Como o governo aqui é totalmene separado da igreja - oficialmente e de fato - o único feriado cristão é o Natal, que só se sutentou, na minha opinião, porque ia ser difícil tirar do calendário uma data como essa!
Outra diferença que eu acho prática e inteligente: se a data de um feriado cai no meio da semana, ela é automaticamente puxada para a segunda-feira ou para a sexta-feira!
Ao todo, são dez os feriados públicos nos EUA:

1º de janeiro: Ano Novo
3ª segunda-feira de janeiro: Aniversário de Martin Luther King
3ª segunda-feira de fevereiro: President's Day
Última segunda-feira de maio: Memorial Day
4 de julho: Independence Day (acho que somente este não é puxado para a segunda-feira)
1ª segunda-feira de setembro: Dia do Trabalho
2ª segunda-feira de outubro: Columbus Day
11 de novembro: Veteran's Day
4ª segunda-feira de novembro: Thanksgiving Day
25 de dezembro: Christmas Day

Outras comemorações como, Valentine's Day (dia dos namorados), Dia das Mães, Dia dos Pais, Halloween (Dia das Bruxas), April Fool's Day (Dia da mentira) não são consideradas feriados oficiais, mas comemorados e internacionalmente famosos.
Se quiser saber um pouco mais sobre os feriados daqui, tente esse link:http://www.globalexchange.com.br/home_interna_detalhe.asp?cod=232

domingo, 10 de junho de 2007

Pesos e medidas


Conforme mencionei no último post, os americanos não usam o sistema métrico-decimal, como o resto do mundo. Esse sistema foi adotado para uniformizar as medidas e facilitar a vida do povo que viaja porque, até a adoção do chamado Sistema Internacional de Unidades, ou somente SI, cada país usava a sua medida. Nao quero aqui ficar tentando dar uma aula sobre o assunto entao se você precisar de informações mais completas sobre o SI você pode encontrar no site do Wikipedia, no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades

Já sabia do fato antes de mudar pra cá, mas so fui sentir a dificuldade no cotidiano, por exemplo quando ia às compras (eles usam onças e não quilos ou gramas!!!) , quando enchia o tanque do carro (eles usam galões e não litros!!!), pra medir distâncias (Robert, meu marido, às vezes diz "eles moram a umas 20 milhas daqui" Ããããã????) e o mais vergonhoso, para fornecer minha altura quando solicitada (eles usam pés e não metros!!!).


Vivo com uma tabela na mesa do meu escritório e a parte da altura já foi superada. O pior não é o galão, os pés, as milhas, os quilos, mas os submúltiplos deles, que dificultam a empreitada, porque nada é múltiplo de dez, e pra quem foi educado no sistema onde tudo gira em torno do dez há que se mudar a postura intelectual, e a luta continua!!!


Ah, só prá esclarecer, a foto não é atual, (vou tirar uma, juro!), os preços da gasolina aqui estão bem diferentes agora...



quinta-feira, 7 de junho de 2007

CPF/Identidade/Carteira de motorista


Apesar de vir prá cá regularmente desde 2002, só mesmo quando me mudei é que me dei conta de que, para morar nesse país, ainda havia alguns documentos que eu teria que ter para conseguir ser um pouco "normal", que somente meu "green card" não bastava. A primeira coisa que eu tinha que ter era o CPF.
Como no Brasil, para abrir conta em banco ou fazer qualquer outra transação do tipo, onde você tem que se identificar, o CPF é fundamental. Esse documento foi fácil de tirar mas como eu usei meu nome de casada nele e no "green card" tinha meu nome de solteira, comecei a ter que me explicar nos lugares onde os apresentava e logo, logo, vi que tinha que tirar minha identidade o mais rápido possível. Só tinha um problema: o documento que todo mundo usa aqui como identidade é a carteira de motorista!
Aprendi a dirigir por volta dos 13 anos de idade, tirei carteira aos 18,mas nunca tive um carro meu, então a prática do dia-a-dia dirigindo, eu não tinha. E aqui, algumas regras de trânsito são diferentes - entro em detalhes num próximo post - então tive que fazer algumas aulas. Passei no primeiro teste e a foto ao lado é da minha carteira-identidade, recebida em dezembro. Dirigir na cidade é fácil, parece até a Disney, todo mundo parece muito calmo e respeitoso - com exceção de Los Angeles, lógico! O difícil prá mim foi enfrentar as freeways daqui. Nas primeiras vezes quase chorei de medo. Todo mundo tem que correr, parece a Avenida Brasil ou Linha Amarela, do Rio. Se você não estiver voando, corre o risco de ter um carro passando por cima de você!!! As velocidades podem chegar a 112 km/h, oficialmente, mas muita gente ultrapassa esse limite e chega a 140km/h, é um pandêmonio! Agora já estou mais calma porque tenho dirigido muito por aqui por causa do trabalho que estou realizando agora - também falo disso num próximo post. Aliás, os números das velocidades estão assim quebrados porque os americanos não usam o sistema métrico - ah, isso também fica para um outro post!!!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Terror!!!


Mais uma notícia de que havia um plano de ataque em solo americano. Explosivos seriam detonados em uma grande rede de encanamento de combustível que alimenta o aeroporto JFK, em Nova Iorque, e também passa por áreas residenciais. A foto é proveniente do Google Earth, o site que, segundo um dos acusados de armar a trama, deveria ser usado porque os vídeos feitos por eles para vigiar o aeroporto não seriam suficientes. Apesar deste ser um tópico que gera calorosas discussões, não posso me esquivar de tocar no assunto, pois somente depois de vir pra cá, regularmente, que consegui entender um pouco da dinâmica em torno do assunto, no cotidiano das pessoas.
Logo depois do ataque de 11 de setembro, eu vim prá cá pra passear. Em outubro, cá estava eu visitando o país que, cinco anos depois, eu chamaria de lar. Na época, acho que todo mundo ainda estava um pouco confuso em como reagir, não havia muita segurança em aeroportos ou preocupações desse tipo. Tudo estava muito recente. Meses depois, eu conheci meu marido, e no ano seguinte, nas férias de dezembro, retornei. O cenário era outro. Como os ataques de 2001 foram na costa leste, agora estudiosos e autoridades especulavam que o próximo ataque seria aqui na costa Oeste, e onde mais você pode afetar um grande número de pessoas ao mesmo tempo que não no aeroporto? Senti a diferença assim que cheguei e na minha partida também. Eles checavam tudo que podiam: bolsas, as malas dos carros antes de vc estacionar, uma loucura. Mas o terror não atrapalhou apenas a vida de quem viajava, não. Se alguém via uma bolsa jogada na calçada, logo ligava para a polícia e eles tinham que checar se foi somente um distraído que esqueceu um objeto pessoal, ou se era mesmo uma ameaça.
Mas, na minha opinião, a pior consequência do medo, "pavor", de que alguma coisa do tamanho e amplitude que foi o ataque às torres acontecesse de novo, foi o chamado "ato patriótico". Entre outras medidas, essa legislação permite vigiar suspeitos de envolvimento com grupos terroristas, investigar documentos privados de instituições e pessoas, prisão de suspeitos sem culpa formada e interrogatórios intensivos. Muitos dos dispositivos de segurança adotados nos vários sistemas de transporte coletivo são garantidos por essa legislação. Os democratas e ativistas de direitos humanos acham que ela concede poderes excessivos ao Estado e afeta a privacidade dos cidadãos. Mas, apesar de ser um conjunto de leis de exceção para combater o terrorismo, continua em vigência, e já teve o tempo prorrogado, se não me engano, uma vez.
Não sei se por coincidência ou não, mas as várias atitudes que o governo americano tem tomado realmente conseguiram evitar, por aqui, um outro ataque nesses últimos cinco anos. Mas parece que tem tanta gente pensando em como burlar essa vigilância que um outro ataque está sempre prá acontecer e a pergunta que paira na cabeça de muita gente por aqui é, "será que eu vou estar no lugar errado, na hora errada"?

sábado, 2 de junho de 2007

Imoveis!!!


Uma das primeiras barreiras culturais q enfrentei qdo me mudei p cá foi com relação ao tamanho das casas. Sempre morei em casa grande, com meus pais e meus irmãos. Mais tarde, mudei-me p o Rio de Janeiro, onde vivi num espaçoso apartamento que dividia c minha Fox Paulistinha, Morgana. Mas, quando visitei o país, para conhecer a família daquele que viria a ser meu marido quatro anos depois, pensei q teríamos problemas se vivêssemos numa casa com quatro quartos, dois andares - separados por uma longa escada! Para duas pessoas??? No way!!!
Mas, somente quando me mudei é que consegui entender o aspecto cultural-finaceiro que envolve esse tipo de escolha. A casa, para a maioria dos americanos, é um investimento. De uns anos p cá, alguns americanos ficaram milionários - literalmente - com a apreciação de seus imóveis. Alguns não ficaram milionários, mas tiveram bastante lucro, digamos assim. Antes da minha mudança definitiva, trocamos de casa. Nos mudamos p o imóvel que o meu marido tinha e que alugava para uma outra família. Continua sendo grande para abrigar apenas um casal: ainda temos três quartos. Mas, pelo menos agora não tenho que exercitar para pegar água na cozinha, no meio da noite!