segunda-feira, 9 de março de 2009

Epidemia de diagnósticos

Durante oito anos da minha vida trabalhei no setor de enfermagem, quando ainda morava no Brasil. Apesar de ter deixado a profissão há quase 10 anos, não me considero totalmente leiga no quesito saúde e doenças. Mas, nesse tempo em que moro por aqui, descobri que existem doenças que mal tinha idéia que existiam! E o pior, que existe remédio para uma dos mais mundanos dos desconfortos!

Acho que todos nós experimentamos momentos na vida em que nosso corpo responde de forma física ou emocional. No passado, esses desconfortos eram considerados coisas da vida, pedras no nosso caminho. Mas por aqui, tenho visto que algumas dessas respostas vitais têm sido consideradas sintomas de doenças ou síndromes.

Veja você que, num comercial de tevê, o anunciante avisa que se você tem dores nas pernas, do tipo que pode deixar você desconfortável ao dormir, você pode estar com a ”Síndrome das Pernas Irriquietas” (em inglês, Restless Legs Syndrome - a tradução livre é minha). Mas o comercial alerta, há remédio para isso.

Se o seu filho não pára, é super-agitado e não presta atenção àquilo que você diz - qual é a criança que não passa por essa fase? - , ele tem Transtorno de Déficit de Atenção. E também há remédio para isso.

Se você tem dias que está super desanimado, não tá a fim de levantar da cama e não vê futuro na sua vida - tenho certeza que todos tivemos pelo menos um dia assim na vida! - só pode estar com depressão. E há vários remédios para curar você!

Essa epidemia de diagnósticos aqui nos EUA tem várias causas, segundo um artigo que li no New York Times dos médicos Welch, Shwartz e Woloshin. Mas uma que me chama atenção é a que explica que se um médico erra por não ter diagnosticado um paciente com uma certa doença, ele pode ser processado. Mas não existe o mesmo tipo de penalidade se há hiperdiagnóstico.

Enquanto que eu aceito a existência dessas doenças e acredito que diagnósticos corretos ajudam muitas pessoas, eu imagino se muitos desses dignósticos não têm sido feito precocemente, quando o indivíduo mostrava esses sintomas apenas como uma fase da vida em que estava passando e pela qual deveria passar sem a assistência de qualquer droga afinal, não é a soma das nossas experiências que faz quem somos?

Nota da autora: Esse artigo foi veiculado primeiramente no site eHelp Carolina - Brasileiros em Conexão, do qual Simone Talarico é colaboradora.

Epidemia de diagnósticos

Durante oito anos da minha vida trabalhei no setor de enfermagem, quando ainda morava no Brasil. Apesar de ter deixado a profissão há quase 10 anos, não me considero totalmente leiga no quesito saúde e doenças. Mas, nesse tempo em que moro por aqui, descobri que existem doenças que mal tinha idéia que existiam! E o pior, que existe remédio para uma dos mais mundanos dos desconfortos!

Acho que todos nós experimentamos momentos na vida em que nosso corpo responde de forma física ou emocional. No passado, esses desconfortos eram considerados coisas da vida, pedras no nosso caminho. Mas por aqui, tenho visto que algumas dessas respostas vitais têm sido consideradas sintomas de doenças ou síndromes.

Veja você que, num comercial de tevê, o anunciante avisa que se você tem dores nas pernas, do tipo que pode deixar você desconfortável ao dormir, você pode estar com a ”Síndrome das Pernas Irriquietas” (em inglês, Restless Legs Syndrome - a tradução livre é minha). Mas o comercial alerta, há remédio para isso.

Se o seu filho não pára, é super-agitado e não presta atenção àquilo que você diz - qual é a criança que não passa por essa fase? - , ele tem Transtorno de Déficit de Atenção. E também há remédio para isso.

Se você tem dias que está super desanimado, não tá a fim de levantar da cama e não vê futuro na sua vida - tenho certeza que todos tivemos pelo menos um dia assim na vida! - só pode estar com depressão. E há vários remédios para curar você!

Essa epidemia de diagnósticos aqui nos EUA tem várias causas, segundo um artigo que li no New York Times dos médicos Welch, Shwartz e Woloshin. Mas uma que me chama atenção é a que explica que se um médico erra por não ter diagnosticado um paciente com uma certa doença, ele pode ser processado. Mas não existe o mesmo tipo de penalidade se há hiperdiagnóstico.

Enquanto que eu aceito a existência dessas doenças e acredito que diagnósticos corretos ajudam muitas pessoas, eu imagino se muitos desses dignósticos não têm sido feito precocemente, quando o indivíduo mostrava esses sintomas apenas como uma fase da vida em que estava passando e pela qual deveria passar sem a assistência de qualquer droga afinal, não é a soma das nossas experiências que faz quem somos?

Nota da autora: Esse artigo foi veiculado primeiramente no site eHelp Carolina - Brasileiros em Conexão, do qual Simone Talarico é colaboradora.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Falsos amigos em inglês

Amo a língua portuguesa. E a inglesa. E a italiana, a francesa, até a alemã. Estudei-as todas. Falo fluentemente inglês, espanhol e compreendo perfeitamente italiano e francês, porém falo pouco essas duas. Já a alemã, bem, como dizem, uma vida é pouco para aprendê-la.

Mas algo que sempre me irritou em todas elas são os chamados “falsos cognatos”, ou “falsos amigos”. Estas sãos palavras que têm grafia ou som semelhantes àquelas da língua nativa, mas possuem significados completamente distintos.

Outro dia, ao assistir ao secretário do Tesouro Americano, Timothy Geithner, falar pela primeira vez sobre o novo plano de ataque à recessão em curso, ouvi uma dessas palavras. No meio do discurso, ele disse que tinha que ser “candid”. Logo percebi que ele não poderia estar querendo dizer que ia ser cândido, no sentido de ser puro, inocente. O tom do discurso não era bem esse. Então fui verificar o real significado dessa palavra na língua inglesa e lá estava a chatice: “candid” quer dizer honesto, sincero, franco.

Acho muito chato isso. Como vivi 30 anos num país da língua portuguesa, alguns desses falsos cognatos às vezes me pegam.

Acho que existe um processo na língua oral que faz com que a gente elabore frases rápidas, sem pensar, de forma automática mesmo, e essa resposta já me causou embaraços. E olha que me considero conhecedora da língua inglesa!

Há alguns anos, antes de me mudar definitivamente para cá, estava num restaurante com meu futuro marido, quando chamei a garçonete e perguntei “Where is the toilet?” , que traduzindo literalmente quer dizer “Onde fica o vaso sanitário?” Hahahaha!!!! Meu marido veio ao meu socorro e eu logo percebi o fora. Mas no Brasil é tão mais elegante se você pergunta “Onde fica o toalete?”, que eu nem pensei, mesmo!

Achei uma listinha de falsos cognatos e coloco abaixo p vocês darem uma olhada. Com certeza vocês conhecem algumas, mas tem muito brasileiro que conheço que usa várias dessas palavras abaixo com o sentido errado. Divirtam-se!

Actually (adv) - na verdade …, o fato é que …
Adept (n) - especialista, profundo conhecedor
Agenda (n) - pauta do dia, pauta para discussões
Amass (v) - acumular, juntar
Anticipate (v) - prever; aguardar, ficar na expectativa
Application (n) - inscrição, registro, uso
Appointment (n) - hora marcada, compromisso profissional
Appreciation (n) - gratidão, reconhecimento
Argument (n) - discussão, bate boca
Assist (v) - ajudar, dar suporte
Assume (v) - presumir, aceitar como verdadeiro
Attend (v) - assistir, participar de
Audience (n) - platéia, público
Balcony (n) - sacada
Baton (n) - batuta (música), cacetete
Beef (n) - carne de gado
Cafeteria (n) - refeitório tipo universitário ou industrial
Camera (n) - máquina fotográfica
Carton (n) - caixa de papelão, pacote de cigarros (200)
Casualty (n) - baixa (morte fruto de acidente ou guerra), fatalidade
Cigar (n) - charuto
Collar (n) - gola, colarinho, coleira
College (n) - faculdade, ensino de 3º grau
Commodity (n) - artigo, mercadoria
Competition (n) - concorrência
Comprehensive (adj) - abrangente, amplo, extenso
Compromise (v) - entrar em acordo, fazer concessão
Contest (n) - competição, concurso
Convenient (adj) - prático
Costume (n) - fantasia (roupa)
Data (n) - dados (números, informações)
Deception (n) - logro, fraude, o ato de enganar
Defendant (n) - réu, acusado
Design (v, n) - projetar, criar; projeto, estilo
Editor (n) - redator
Educated (adj) - instruído, com alto grau de escolaridade
Emission (n) - descarga (de gases, etc.)
Enroll (v) - inscrever-se, alistar-se, registrar-se
Eventually (adv) - finalmente, conseqüentemente
Exciting (adj) - empolgante
Exit (n, v) - saída, sair
Expert (n) - especialista, perito
Exquisite (adj.) - belo, refinado
Fabric (n) - tecido
Genial (adj) - afável, aprazível
Graduate program (n) - Curso de pós-graduação
Gratuity (n) - gratificação, gorjeta
Grip (v) - agarrar firme
Hazard (n,v) - risco, arriscar
Idiom (n) - expressão idiomática, linguajar
Income tax return (n) - declaração de imposto de renda
Ingenuity (n) - engenhosidade
Injury (n) - ferimento
Inscription (n) - gravação em relevo (sobre pedra, metal, etc.)
Intend (v) - pretender, ter intenção
Intoxication (n) - embriaguez, efeito de drogas
Lamp (n) - luminária
Large (adj) - grande, espaçoso
Lecture (n) - palestra, aula
Legend (n) - lenda
Library (n) - biblioteca
Location (n) - localização
Lunch (n) - almoço
Magazine (n) - revista
Mayor (n) - prefeito
Motel (n) - hotel de beira de estrada
Notice (v) - notar, aperceber-se; aviso, comunicação
Novel (n) - romance
Office (n) - escritório
Parents (n) - pais
Particular (adj) - específico, exato
Pasta (n) - massa (alimento)
Policy (n) - política (diretrizes)
Port (n) - porto
Prejudice (n) - preconceito
Prescribe (v) - receitar
Preservative (n) - conservante
Pretend (v) - fingir
Private (adj) - particular
Procure (v) - conseguir, adquirir
Propaganda (n) - divulgação de idéias/fatos com intuito de manipular
Pull (v) - puxar
Push (v) - empurrar
Range (v) - variar, cobrir
Realize (v) - notar, perceber, dar-se conta, conceber uma idéia
Recipient (n) - recebedor, agraciado
Record (v, n) - gravar, disco, gravação, registro
Refrigerant (n) - substância refrigerante usada em aparelhos
Requirement (n) - requisito
Resume (v) - retomar, reiniciar
Résumé (n) - curriculum vitae, currículo
Retired (adj) - aposentado
Senior (n) - idoso
Service (n) - atendimento
Stranger (n) - desconhecido
Stupid (adj) - burro
Support (v) - apoiar
Tax (n) - imposto
Trainer (n) - preparador físico
Turn (n, v) - vez, volta, curva; virar, girar
Vegetables (n) - verduras, legumes

Nota da autora: Este artigo foi publicado primeiramente no site e-Help Carolina - Brasileiros em Conexão, onde Simone Talarico é colaboradora.