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segunda-feira, 9 de março de 2009

Epidemia de diagnósticos

Durante oito anos da minha vida trabalhei no setor de enfermagem, quando ainda morava no Brasil. Apesar de ter deixado a profissão há quase 10 anos, não me considero totalmente leiga no quesito saúde e doenças. Mas, nesse tempo em que moro por aqui, descobri que existem doenças que mal tinha idéia que existiam! E o pior, que existe remédio para uma dos mais mundanos dos desconfortos!

Acho que todos nós experimentamos momentos na vida em que nosso corpo responde de forma física ou emocional. No passado, esses desconfortos eram considerados coisas da vida, pedras no nosso caminho. Mas por aqui, tenho visto que algumas dessas respostas vitais têm sido consideradas sintomas de doenças ou síndromes.

Veja você que, num comercial de tevê, o anunciante avisa que se você tem dores nas pernas, do tipo que pode deixar você desconfortável ao dormir, você pode estar com a ”Síndrome das Pernas Irriquietas” (em inglês, Restless Legs Syndrome - a tradução livre é minha). Mas o comercial alerta, há remédio para isso.

Se o seu filho não pára, é super-agitado e não presta atenção àquilo que você diz - qual é a criança que não passa por essa fase? - , ele tem Transtorno de Déficit de Atenção. E também há remédio para isso.

Se você tem dias que está super desanimado, não tá a fim de levantar da cama e não vê futuro na sua vida - tenho certeza que todos tivemos pelo menos um dia assim na vida! - só pode estar com depressão. E há vários remédios para curar você!

Essa epidemia de diagnósticos aqui nos EUA tem várias causas, segundo um artigo que li no New York Times dos médicos Welch, Shwartz e Woloshin. Mas uma que me chama atenção é a que explica que se um médico erra por não ter diagnosticado um paciente com uma certa doença, ele pode ser processado. Mas não existe o mesmo tipo de penalidade se há hiperdiagnóstico.

Enquanto que eu aceito a existência dessas doenças e acredito que diagnósticos corretos ajudam muitas pessoas, eu imagino se muitos desses dignósticos não têm sido feito precocemente, quando o indivíduo mostrava esses sintomas apenas como uma fase da vida em que estava passando e pela qual deveria passar sem a assistência de qualquer droga afinal, não é a soma das nossas experiências que faz quem somos?

Nota da autora: Esse artigo foi veiculado primeiramente no site eHelp Carolina - Brasileiros em Conexão, do qual Simone Talarico é colaboradora.

Epidemia de diagnósticos

Durante oito anos da minha vida trabalhei no setor de enfermagem, quando ainda morava no Brasil. Apesar de ter deixado a profissão há quase 10 anos, não me considero totalmente leiga no quesito saúde e doenças. Mas, nesse tempo em que moro por aqui, descobri que existem doenças que mal tinha idéia que existiam! E o pior, que existe remédio para uma dos mais mundanos dos desconfortos!

Acho que todos nós experimentamos momentos na vida em que nosso corpo responde de forma física ou emocional. No passado, esses desconfortos eram considerados coisas da vida, pedras no nosso caminho. Mas por aqui, tenho visto que algumas dessas respostas vitais têm sido consideradas sintomas de doenças ou síndromes.

Veja você que, num comercial de tevê, o anunciante avisa que se você tem dores nas pernas, do tipo que pode deixar você desconfortável ao dormir, você pode estar com a ”Síndrome das Pernas Irriquietas” (em inglês, Restless Legs Syndrome - a tradução livre é minha). Mas o comercial alerta, há remédio para isso.

Se o seu filho não pára, é super-agitado e não presta atenção àquilo que você diz - qual é a criança que não passa por essa fase? - , ele tem Transtorno de Déficit de Atenção. E também há remédio para isso.

Se você tem dias que está super desanimado, não tá a fim de levantar da cama e não vê futuro na sua vida - tenho certeza que todos tivemos pelo menos um dia assim na vida! - só pode estar com depressão. E há vários remédios para curar você!

Essa epidemia de diagnósticos aqui nos EUA tem várias causas, segundo um artigo que li no New York Times dos médicos Welch, Shwartz e Woloshin. Mas uma que me chama atenção é a que explica que se um médico erra por não ter diagnosticado um paciente com uma certa doença, ele pode ser processado. Mas não existe o mesmo tipo de penalidade se há hiperdiagnóstico.

Enquanto que eu aceito a existência dessas doenças e acredito que diagnósticos corretos ajudam muitas pessoas, eu imagino se muitos desses dignósticos não têm sido feito precocemente, quando o indivíduo mostrava esses sintomas apenas como uma fase da vida em que estava passando e pela qual deveria passar sem a assistência de qualquer droga afinal, não é a soma das nossas experiências que faz quem somos?

Nota da autora: Esse artigo foi veiculado primeiramente no site eHelp Carolina - Brasileiros em Conexão, do qual Simone Talarico é colaboradora.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O que o botox e shampoo de bebê têm em comum

Ontem foi dia de Super Bowl e enquanto tento escrever um post com informações relevantes e corretas prá vocês sobre futebol americano, achei mais importante essas duas histórias que estão tendo a maior repercussão aqui, hoje.
A organização não-governamental Public Citizen recorreu à Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (o FDA) questionando a segurança para a saúde do uso da toxina botulínica - mais conhecida como Botox -, especialmente por razões estéticas.

Há 18 anos no mercado, o Botox foi aprovado pelas agências reguladoras de 75 países, inclusive o Brasil.

A ONG denuncia “problemas sérios, inclusive mortes e hospitalizações, resultado da disseminação da toxina a outras partes do corpo”. (fonte Vida Global)

Enquanto isso, uma pesquisa revelada pelo Pediatrics Journal sugere que shampoos, loções e talcos infantis podem estar expondo crianças a um produto químico que estaria ligado a problemas de reprodução. Eu sei que tudo ainda parece bastante incerto, mas para os americanos é desesperador e todos os programas da manhã falaram no assunto, discutiram consequências e apontaram soluções antes que tudo fique pior.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sistema de Saúde VI - Tips on health insurance

Aqui vão algumas dicas pra quem está à procura de um bom plano de saúde. Acho válido atentar para alguns tópicos tanto aqui, nos EUA, como no Brasil, porque em geral os seguros trabalham da mesma forma, então é sempre bom estar pronto pra fazer algumas perguntas para o agente com quem você estiver conversando.

Primeiro, como citei acima, seria ótimo ter um agente - que tenha licença para trabalhar no seu estado - que viria até a sua casa para te ajudar a escolher o melhor plano que vá caber no seu orçamento e nas suas necessidades. Eu, particularmente, acho que é bom ter um agente pessoal, com quem você pode entrar em contato caso alguma dúvida surja, pra que você não precise ficar esperando por horas para falar com alguém nos telefones de serviço ao consumidor. Mas, como disse, planos individuais raramente têm agentes disponíveis, então caso você ainda queira um plano individual, seja bastante criterioso nas informações que vai dar por telefone.

Aqui, nos EUA, é importante você verificar se o plano vai ter um deductible anual. Se puder, fuja deles. Eles aumentam seus custos e, às vezes, pagar uma mensalidade 20 dólares a mais acaba saindo mais barato, se você não tem um deductible anual para atingir.

Dê preferência aos planos que cobrem 80% das despesas hospitalares. Pode não parecer muita diferença, a princípio, mas em um conta de hospital de 30 mil dólares, 20% seriam seis mil, mas se você tem um plano que só paga 60% da sua conta, você pode acabar com uma dívida de 12 mil para pagar! E acredite, essas são as contas que podem te quebrar. Ninguém verdadeiramente precisa de plano de saúde para ir ao médico tão somente. É possível pagar uma consulta por ano (apesar de duvidar que você visite seu médico todo ano!) e uns exames básicos de sangue do próprio bolso, nao? Mas, já uma conta de hospital...

Se você é autônomo, solicite, por escrito, que a companhia garanta que ira cobrí-lo caso você necessite de cuidados médicos devido a algum acidente ou doença proveniente (ou ocorrido durante) seu horário de trabalho. É muito comum planos não cobrirem tais tratamentos e você, apesar de ter um plano de saúde, pode acabar tendo que pagar toda a conta.

Leia as exclusões e limitações de seu plano. Essa é uma das partes mais importantes porque é aonde o plano diz o que não vai pagar. Uma das decepções mais comuns de clientes que não lêem suas apólices é a pessoa achar que tem cobertura para maternidade, por exemplo, e quando precisar do benefício, acabar descobrindo que este nãao estava incluído no plano. Vários benefícios são opcionais por aqui. Se vocêe tem alguma preocupação ou planos para o futuro em mente, converse com seu agente antes de adquirir qualquer plano.

Se você tem história de câncer, problemas do coração ou vascular, diabetes, derrames ou outra doençaca cronica na famíilia, veja se háa algum tipo de proteçãao extra caso vocêe seja diagnosticado com uma dessas doenças. Geralmente os agentes sabem indicar algum tipo de auxíilio financeiro que você pode obter - como se fosse um seguro separado. Parece adcionar mais na sua mensalidade, não muito, mas pode vir a calhar se você tem esse tipo de história familiar.

E o básico, mas importante: verifique se a rede de hospitais e emergêencias na sua áarea fazem parte de seu plano. Na maioria dos PPO's, se você for atendido numa emergência você naturalmente será considerado in network, mas nem todos os planos funcionam assim. Ah, e se funcionam, verifique também qual é a definição de emergência para a companhia de seguro - é verdade, podem existir várias definições, verifique aquela que seu plano oferece!

Espero que a série sobre sistema de saúde nos EUA tenha sido de alguma ajuda. Esse é o meu trabalho atual - Health Insurance Consultant - e estou muito contente em trabalhar numa companhia que cuida muito bem de seus clientes e realmente dá o valor de cada dólar que eles investem. Ainda está longe de ser perfeita, mas pelo conhecimento que adquiri de todos os outros planos disponíveis aí fora, não tenho a menor dúvida de que é a melhor! Então, caso queira informações adicionais, entre em contato pelo email:
simonetross@gmail.com Será um prazer ajudá-lo(a)!!!!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Sistema de Saúde V - planos individuais e em grupo

Além da classificação em HMO e PPO, há uma outra forma de classificar os planos de saúde, que eu acho mais importante, porque é o que vai determinar diferenças no que a companhia pode ou nao fazer com sua apólice.

Antes de mais nada, acho que já concordamos que as companhias de seguro não estão no mercado para fazer caridade, certo? O objetivo dessas empresas é lucrar. Isso não quer dizer que eu concorde com esse tipo de estrutura, mas essa é a realidade atual aqui, nos EUA. Então, eu acho que, se você decide morar aqui, você deve entender como funciona esse sistema para fazer com que ele funcione a seu favor, ok?

A outra forma de classificar os planos de saúde é dividí-los em planos individuais (ou de família) e de grupo. Acho que o princípio é o mesmo no Brasil. Se você concorda que as companhias de seguro objetivam o lucro, então vamos tomar como exemplo uma pessoa, que vamos nomear de John, que tenha um plano de saúde através do seu trabalho - considerado plano de grupo, aqui chamado de "group plan".

Digamos que o grupo é relativamente grande, com mil pessoas (grupos com menos de 100 pessoas são pequenos, então não há uma multidão de pessoas onde a companhia de seguro possa espalhar o risco, por isso, na minha opinião, são tão desvantajosos como os planos individuais). E que cada um, só pra generalizar, esteja pagando 300 dólares pela mensalidade - que chamamos aqui de premium. Com este cenário, digamos que Jonh tenha que ir para o hospital por qualquer motivo. Em média, na Califórnia, quatro dias internado num hospital pode sair por 30 mil dólares.

Bem, Jonh estava pagando 300 dólares por mês, mas ainda há 999 pessoas no grupo dele também pagando 300 dólares por mês, e eu posso garantir que menos de 50% dessas pessoas estão usando o plano para internação em hospitais - a maioria das pessoas utiliza planos de saúde para visitas médicas e exames simples. Então, o que a companhia faz é utilizar, naquele mês, o dinheiro da mensalidade paga por esse grupo de pessoas para pagar a conta de hospital de Jonh! O resultado é ótimo pra todo mundo, principalmente, lógico, para a companhia, que não precisa tirar dinheiro do próprio bolso (ela não é de caridade, lembra?) para pagar aquela despesa.

Ou seja, o grupo em que Jonh está dá a ele uma certa proteção, além de outros benefícios. Companhias de seguro amam grupos.

Agora, vamos colocar Jonh num plano de saúde individual, ou de família. No mesmo cenário, ele pagando 300 reias por mês para o seu plano e tendo que se internar no hospital, em que a conta final é de 30 mil dólares. Agora não temos mais o grupo para protegê-lo. Então, se ele paga 300 dólares e a conta é de 30 mil, quanto tempo você acha que vai levar pra companhia de seguro recuperar o dinheiro que ela vai ter que tirar do próprio bolso, pra pagar essa conta?

Numa conta rápida, sem pensar em juros e nada mais para atrapalhar, a resposta é: cerca de 8 anos! Você acha que a companhia de seguro (que não está no mercado para fazer caridade, lembra?) vai esperar esse tempo todo? E se Jonh morrer? E se ele mudar de plano? E se depois da internação no hospital ele ficar muito doente e começar a usar mais e mais o plano???

Por isso, eu arrisco dizer que, as companhias de saúde nao gostam dos planos individuais. A mensalidade individual é um risco muito grande para as companhias e o retorno, muito pequeno. E esta é a razão delas poderem colocar certas cláusulas nos contratos individuais ou de família, que em planos de grupo elas não podem. Não vou entrar nos detalhes técnicos, mas quando encontro meus clientes para mostrar as diferentes opções no mercado, sempre explico tudo que tenho falado aqui, para eles. Pelo menos você tem que estar preparado para o que pode vir.

Só pra esclarecer, é possível entrar num plano em grupo, mesmo que não seja atraves do seu trabalho, ou seja, individualmente. É esta a opção que recomendo para os meus clientes. Ainda pode não ser perfeita, mas é a melhor opção por aqui.

No próximo post vou dar dicas do que você deve prestar atenção quando estiver pra adquirir um plano de saúde, para autônomos e não-autônomos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Wrap it up!!!


Qualquer coisa que esteja em embalagem do McDonald's tem melhor gosto. Quem afirma sao criancas em pre-escolas dos Estados Unidos, com idades que variam de 3 a 5 anos, que participaram de uma pesquisa revelada essa semana, que pretende apontar a poderosa influencia do marketing sobre os pequenos.


O mais incrivel revelado pela pesquisa e que ate mesmo cenoura, suco de maca e leite tinham um gosto melhor quando estavam dentro de embalagens da rede de fast food. E, quando os alimentos estavam em qualquer outro tipo de embalagem, sempre perdiam - as criancas diziam nao ter gosto bom.


Parece que o estudo serviu para esquentar ainda mais uma discussao que, aqui, tem crescido nos ultimos tempos, sobre a restricao de anuncios destinados a criancas.


Eu acho a discussao bem pertinente. Meu filho tem 8 anos e desde os 3, 4 anos, sabia reconhecer o logo do McDonald's. Os canais infantis tem todo o tipo de anuncio e, se eles conseguem convencer adultos - que sabem que estao sendo, na maioria das vezes, manipulados - imaginem criancas!


Mas, uma coisa boa pode sair disso tudo. Se as vezes parece dificil convencer seu filho a comer algum legume, nao perca tempo! Embrulhe (Wrap it up!) numa embalagem do McDonald's!!!!


*Pra saber mais sobre a pesquisa, feita pela Fundacao Robert Wood Johnson, clique aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sistema de Saúde IV - Os tipos de planos

Costuma-se dizer, aqui, que há dois tipos de planos de saúde: os HMO e os PPO. Vou dar uma breve descrição dos dois. Lembrando que, apesar de eu ter minha preferência, porque sei detalhes do funcionamento de cada um, não venho aqui fazer campanha prá nenhum deles, e sim, informar o que acho relevante pra qualquer pessoa que decida morar aqui, saber. Novamente, isso é apenas informação básica, e ofereço fontes para quem quiser se aprofundar um pouco mais, no final deste post e responderei aos emails com casos específicos, com prazer.

HMO é uma abreviatura para Health Maintenance Organization. Basicamente este é um tipo de plano em que você paga sua mensalidade e tem direito a ser atendido somente por médicos, clínicas, laboratórios e hospitais que foram contratados pela companhia em que você está. Ou seja, eles só pagam o atendimento se for in network. Além disso, eles têm o que é chamado de Primary Care Physician ou PCP, que é o médico que você escolhe para ser o seu, digamos, clínico geral. É ele quem vai decidir se você pode ver um especialista ou não. Esse médico também é chamado de gate keeper porque sem que ele autorize que você vá ver um outro médico, você não pode, a não ser que queira pagar do seu bolso, pela consulta. Chamamos essa autorização de encaminhamento, no Brasil. Aqui chama-se referral. Esse tipo de plano, por causa das características que coloquei, costuma ser bastante restrito. Mas, ao mesmo tempo, geralmente eles têm baixos co-pays (que é a parte que você paga pelos serviços que recebe) e tem a facilidade, algumas vezes, de ter todos os serviços que você precisa num so prédio. Pelo que percebo, aqui, existem os que amam HMO's e os que os odeiam. Tudo vai depender da experiência que as pessoas tiveram com seus planos porque você só conhece, realmente, o seu plano de saúde, quando você o precisa para um situação séria, porque pelo o que vocês vão notar, visitas ao médico e exames simples, funcionam de forma similar nos dois tipos.

PPO são os Preferred Provided Organization. Nesse plano você também terá uma rede de médicos, clínica, laboratórios e hospitais com os quais a companhia tem contratos, mas as redes geralmente são muito maiores e, caso você seja atendido por um médico que não faz parte da rede, o plano ainda cobre parte do seu custo. A única diferença é que, se in network o plano cobriria 70%, por exemplo, out of network, a porcentagem pode cair para 50%. Nesse tipo de plano você não precisa ver o seu clínico geral pra pedir a ele que te dê um referral (que é o encaminhamento), pra você poder ver um especialista. Caso surja uma mancha no seu braço, por exemplo, e você decida que é hora de investigar o que é aquilo, você pode ir direto a um dermatologista.

Existe, na verdade, um outro tipo de plano que é chamado the POS, que quer dizer Point of Service, e que não é muito popular, digamos assim, pelo menos aqui, na Califórnia. Eu, na verdade nem conheco alguma companhia que ofereça esse tipo, aqui. Mas, nos POS você geralmente também tem que escolher um PCP, mas caso você receba um serviço out of network, vai estar coberto, porém consideravelmente menos do que se estivesse in network.

Algo que eu me lembro ser um pouco diferente do Brasil, - não sei se ainda continua assim, corrijam-me se estiver equivocada, por favor - é que aqui, a maioria dos planos inclui benefícios para a compra de remédios também. E muitos incluem odontologia e até mesmo algum tipo de seguro que te dá dinheiro, caso você fique internado no hospital, que é o que chamamos aqui de disablity coverage.

Alguns links: HMO ,PPO ,HMO & PPO

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Sistema de Saúde III - Vocabulário

Prá começar a falar dos diferentes planos de saúde americanos, há algumas expressões que são cruciais que você entenda, porque elas são parte importante da estrutura desses planos aqui nos EUA, e muitas delas nem existem no Brasil. Por isso, desculpem se não vou traduzí-las todas para o português, mas muitas nem sei se existem aí.

Premium: é como é chamada aqui a mensalidade. Eles chamam monthly premium se você paga seu plano mensalmente, mas você geralmente tem a opção de pagar trimestralmente (quaterly), semestralmente (semi-anually) ou até anulamente (anually) e na maioria das vezes nessa última opção eles dão um desconto que pode ser igual a um mês de mensalidade.

Deductible: esse é o montante que você deve pagar antes que a companhia de seguro comece a pagar junto com você, pela maioria dos serviços, em muitos casos. Geralmente eles são anuais, o que leva o plano a ter um custo maior, caso você precise utilizá-lo. Você escolhe qual é o deductible que quer, e sua mensalidade vai depender, em grande parte, do deductible que você escolher.

Co-pays: no Brasil temos planos que funcionam assim. Você tem um preço fixo que você paga para visitas ao médico, por exemplo, e geralmente, o plano paga o restante do preço da consulta. Claro que há um máximo que a companhia vai pagar por cada consulta, mas geralmente cobre o preço que é combinado entre os dois.

Network: é a rede, literalmente, de profissionais, hospitais, clínicas e laboratórios, que fazem parte do seu plano. Você pode estar in network ou out of network em alguns planos, e sua posição pode determinar qual a porcentagem que o plano é responsável a cobrir neste casos.

MIB (MEDICAL INFORMATION BUREAU): essa agência, aqui, guarda informações de todas as pessoas que tenham passado por um médico, uma sala de emergência ou um hospital, no país. Ou seja, se você vai ao médico e ele dá seu diagnóstico dizendo que você tem pressão alta, essa informação fica na sua ficha e segue para essa agência. Quando você se candidata a um plano de saúde, eles vão checar seus antecedentes com essa agência - geralmente eles pagam pra ter essa informação. Ou seja, não adianta tentar esconder nada, porque eles vão achar. E claro que esse tipo de informação so pode ser divulgada porque, na papelada na qual você solicita entrar no plano, há um papel em que você autoriza a companhia a verificar sua informação junto ao MIB.

Underwriting: essa é uma parte do processo no qual, após sua solicitação para adquirir o plano, a companhia vai verificar se você será aceito ou não. Incluído aí está a verificação dos seus antecedentes médicos junto ao MIB e, em algumas companhias, também há a verificação da sua história de crédito (um assunto para um outro post!). Dependendo de seu histórico, e se toda a papelada estiver correta, pode levar de uma semana a até dois meses para você ser aprovado ou não! Algumas companhias, ou dependendo de sua história de saúde, solicitam um APS (Attending Physician's Statement) - que é uma carta do seu médico - ou até mesmo uma consulta com um médico fornecido pela companhia.

Pre-existing conditions: essas são as informações relacionadas a qualquer tipo de problema de saúde que você tenha tido no passado. Algumas podem fazer com que você seja uninsurable, que é outra expressão que literalmente quer dizer que você não pode ser coberto por aquela companhia. Realmente vai depender de cada plano, companhia de seguro e situação em que você está adquirindo seu plano, prá determinar se você é uninsured ou não por causa de certo hisórico de saúde. Algumas condições consideradas pre-exisiting conditions em que você poderia ser declined (negado pela companhia) são caso voce tenha sido diagnosticado com: infarto do coração, transplante de grandes órgãos, AIDS, Arterioesclerosis, Cirrose, Hemofilia, Acidente Vascular Cerebral.
Riders: não sei como traduzir isto ao pé da letra, mas estes são benefícios adcionais ao plano básico que a companhia oferece. Esteja atento a este plano básico e o que ele oferece para saber quais os riders que você precsa adcionar, ou não, para ter um plano que realmente atenda as suas necessidades.

Acho que essas são informações básicas e essenciais pra você ter quando estiver procurando um plano de saúde que se ajuste ao que você precisa e ao que você pode gastar por ano. Caso tenha me escapado alguma, não se intimide a perguntar!!! No próximo post ainda dou mais dicas do que você deve pesquisar e perguntar, antes de adquirir um plano de saúde aqui. Ainda vou falar das diferenças, vantagens e desvantagens, entre planos individuais e em grupo!

A cada post sobre o Sistema de Saúde americano, eu pretendo colocar um vídeo com a história de algumas pessoas que tenham passado por algumas experiêencias dolorosas com seus planos. Por enquanto, os que tenho achado sãao com Michael Moore, porque antes de fazer o filme Sicko, parece que ele fez uma extensa pesquisa sobre o assunto e tem histórias sobrando!!! Esse que coloco aqui hoje ée um pouco grande mas vale a pena assistir até o final!


quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Sistema de Saúde americano II


O que pretendo trazer aqui é tão somente um panorama do sistema de saúde americano, que deve ajudar quem pretende morar aqui, e não prá quem vem somente à passeio. Se você vem como estudante ou turista, eu aconselho adquirir, juntamente com sua passagem, um seguro para emergências, pelo menos.

Diferentemente do Brasil, não são todos os cidadãos americanos que têm direito à saúde pública. Na verdade, muito poucos são qualificados a adquirir programas como o Medicaid, que tem particularidades em cada estado, mas que no geral, é um programa que dá assistência àquelas pessoas que têm uma renda anual considerada bem pequena.

Se você não pode adquirir nenhuma assistência desse tipo, o melhor é ter um plano de saúde privado. Claro que, caso você não tenha um e vá parar numa sala de emergência, você será atendido, mas provavelmente o hospital vai fazer você assinar um papel com suas informações e, algum dia, você vai receber a sua conta!

A idéia, me parece, é fazer com que as pessoas que têm condições de pagar por seu próprio plano de saúde - aqueles que não podem qualificar por um programa público - o façam. E então, o governo dá boa assistência àqueles que não podem.

Os problemas são muitos decorrentes desse sitema. Porque, como estou constatando depois de 6 meses nesse campo, nem todo mundo entende que essa é uma responsabilidade individual. Então, as pessoas compram carro, casa, tevê de plasma e LCD, têm o último modelo de celular, i-pod, Wii, mas não asseguram aquilo que é único, que não pode ser trocado, que a gente só tem chance de ter um: o nosso corpo, a nossa vida. E, quanto mais jovem a pessoa, parece que a idéia de invencibilidade é maior.

Segundo algumas estatísticas, a razão de cerca de metade das pessoas pedirem falência aqui, seria devido à contas de tratamentos médicos. As contas podem chegar a ser astronômicas! Porque, como no Brasil, se você vai ao médico e não tem plano de saúde, provavelmente você vai pagar uns 100 reais numa consulta, não? Mas, se você tem um plano que cobre 100% suas consultas médicas, sabe quanto uma companhia de seguro paga ao médico pela mesma consulta? Eu diria que, hoje em dia, deva estar em torno de 35 reais. Aqui, no que tange à contas de hospitais, é a mesma coisa.

Mas, ter plano de saúde ainda não garante que você possa estar totalmente seguro. Vou falar das diferentes formas de planos no próximo post.

Caso você tenha alguma dúvida, deixe um comentário sobre o assunto, que tentarei responder nos próximos posts ou, se a dúvida for muito específica, envie um email: simonetross@gmail.com.

E pensar que eu sempre tive plano de saúde no Brasil porque morria de medo dos hospitais públicos... O problema é que lá você tem direito à tratamento público, mas pode morrer esperando; aqui você pode perder tudo o que levou a vida inteira prá poupar, ou morrer porque, sem dinheiro, não pode fazer o tratamento adequado...


terça-feira, 31 de julho de 2007

Sistema de Saúde nos EUA

Ainda não comentei aqui no que estou trabalhando nesse país. Pois é. Cheguei aqui em agosto, ou melhor meu corpo e coração chegaram, mas minha mente ainda estava no Brasil. Explico: quando vim prá cá havia acabado de me formar em jornalismo e minha formatura ia ser no dia 20 de outubro, e prá completar eu fazia parte da Comissão, que tinha apenas mais uma pessoa, minha amiga querida, Maura.

Bom, quando saí de lá achei que tudo estava bem adiantado, e que não ia ter muito o quê fazer mas, caí na realidade de que no Brasil quando você acha que já está tudo certo e que as pessoas vão fazer os serviços que foram contratados para fazer, durante os próximos meses vivia - literalmente - na internet com a Maura, tentando resolver os últimos preparativos.

Tudo deu certo, e voltamos ao Brasil no final de outubro. Quando voltei, não tinha muito o que fazer, e ser dona de casa não estava nos meus planos - nada contra!-, e aí sim resolvi procurar uma ocupação, dentro da minha área.

Mas, como acontece no Brasil, prá você conseguir algo na sua área é importante conhecer gente do meio, ter feito estágios nas empresas que gostaria de trabalhar, e apesar de ter feito ótimos estágios no Brasil - no jornal impresso da prefeitura do Rio como repórter (subindo morro e tudo!); câmera e editora no laboratório de tevê da universidade; editora de texto, de imagem e repórter na Rede Bandeirantes - aqui isso não vale praticamente nada!

Depois de colocar meu currículo em todo site de emprego que via, fui chamada prá uma entrevista que parecia ser na área de saúde. Vale mencionar que, antes da faculdade de jornalismo, trabalhei 8 anos em enfermagem, então, apesar de não querer voltar para os hospitais, resolvi checar a oportunidade.

Na verdade, a entrevista era uma apresentação de uma companhia de seguros de saúde e de vida. Eu achei fantástico o entusiasmo com que James - hoje meu gerente superior - falava do produto, em detrimento de outros no mercado. Resolvi investigar sobre o assunto aqui e percebi que não dava prá entender muito bem como as coisas funcionavam nessa área.

Como mais nada apareceu e eu estava ansiosa prá trabalhar em algo - já estava considerando McDonalds e lojas de departamento! - fui em frente. Aqui, prá você vender seguros de qualquer tipo tem que tirar uma licença, através de uma quantidade de horas de aulas e depois prova. Depois de 7 dias de aulas das 8 da manhã às 5 da tarde e de uma prova nada fácil, tinha minha licença nas mãos.

E aí começou o treinamento na empresa. Isso foi em janeiro. Em fevereiro fiz minha primeira venda e de lá prá cá tenho aprendido muito sobre o sistema de saúde americano, algo que acho hoje de imprescindível importância prá quem resolveu morar aqui, porque além de ser bastante diferente do brasileiro, é bastante perigoso em termos finaceiros.

Não sei se o filme Sicko está em cartaz no Brasil, mas aqui está sendo considerado um dos melhores documentários de Michael Moore, justamente porque ele discute esse sitema. Vou dar uma idéia geral deste funcionamento no meu próximo post.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Obesidade pega!!!

No Brasil costumamos ouvir nossos pais, ao criticar o grupo de amigos com quem nos cercamos, dizerem "quem anda com porcos, farelos come". A analogia vem bem a calhar, agora que foram publicados, no New England Journal of Medicine, os resultados de uma pesquisa realizada com o apoio do governo federal daqui dos Estados Unidos, envolvendo pesquisadores de várias universidades americanas,inclusive a de San Diego.Os cientistas, observaram cerca de 12 mil pessoas durante 32 anos.

Os resultados levam a crer que pessoas que têm amigos obesos têm 57% de chances de também se tornar um obeso!!! E a pesquisa afirma que a causa dessa influência não é tão somente porque ter amigos obesos significa que você provavelmente tem os mesmos hábitos alimentares que tornaram essa pessoa obesa, mas o que parece acontecer é que as pessoas que estão a sua volta também influenciam seu critério do que é considerado acima do normal, em se tratando do peso, e o que não é. Ou seja, se você só tem amigos obesos, você acaba achando que essa realidade é a mais natural, ou normal, como queira. Então, se você está um pouco acima do peso e olha para o seu círculo de amigos, onde há obesos, você se sente confortável com seu peso.

Para os pesquisadores o impacto é proporcional as suas relações pessoais mais fortes como amigos e família, até mesmo se eles moram longe! O que impressiona é que, até agora, os genes pareciam ser o fator mais forte nessa influência, mas a pesquisa mostra que laços sociais ganham.

Obesidade é um problema mundial. Cerca de 1,5 bilhões de pessoas no mundo todo estão acima do peso, 400 milhões são obesos. Esse número é maior do que o número de pessoas que passam fome. Ou seja, tem mais gente no mundo comendo demais, do que gente no mundo comendo de menos. Então, o problema não parece falta de comida, não???