Algumas impressões do Brasil - Parte I

Como falei aqui, passei duas semanas no Brasil no final do ano e finalmente tive a oportunidade de me sentir turista por lá. Apesar dessa postura ter me colocado em posição ingênua e maravilhada, não pude deixar de me assustar com algumas situações cotidianas.

Uma delas é a insistência de, em alguns estabelecimentos, não te darem o recibo quando você faz uma compra. Entendo perfeitamente os argumentos dos que dizem que os impostos, no Brasil, quase matam os microempresários e, na verdade, a renda que produzem não são bem utilizados, mesmo. Mas, como isto é impossível de acontecer por aqui, eu ficava esperando aquele papelzinho sair da caixa registradora e,… nada.

Mas o pior, e prá mim, um insulto, são as lojas que têm seus preços nos 99 centavos e decidem não te dar o “um centavo” de troco! Os vendedores e caixas simplesmente roubam seu dinheiro descaradamente, sem desculpa, como acontecia um tempo atrás, quando pelo menos eles diziam não ter troco, se você se importava de levar uma balinha, essas coisas. Não, agora muitos simplesmente viram as costas, deixam você lá esperando o seu dinheiro e ai de você se for perguntar por ele!!! As feições vão de incredulidade ao riso - eles pensam que você está de brincadeira!!!

Até entendo que um centavo não valha nada, nem no Brasil, e nem mesmo aqui, em termos de poder de compra. Mas negar dar o seu dinheiro de volta, no meu entender, é caso de polícia!

Fez-me lembrar Marc-Auréle Renan, que diz que: “O inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem superior é que, se para ela transportarmos os princípios do ideal, as qualidades se tornam defeitos, de tal modo que o homem íntegro aí se sai menos bem que aquele que tem por causas o egoísmo e a rotina vulgar”.

Tempos de valores trocados?