quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Algumas manchetes americanas de dar raiva!

Algumas manchetes por aqui essa semana me chamam atenção por serem bem diferentes do que se vê no Brasil!!! Achei válido dividir com vocês!!!

Quarta-feira, 19 de setembro: EUA tiveram deflação em agosto (dá prá acreditar???)
O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% em agosto nos Estados Unidos por causa da queda nos preços do petróleo no mês passado. Mas o núcleo da inflação, expurgados os preços altamente voláteis de energia e alimentos, subiu 0,2%. Este é índice que o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, usa para tomar suas decisões sobre taxas de juros.

Terça-feira, 18 de setembro: Inflação no atacado caiu 1,4% nos EUA (????)
O índice pleno de preços ao produtor caiu 1,4% em agosto nos Estados Unidos por causa de quedas nos preços de energia e alimentos. Como esses dois itens são expurgados para o cálculo do chamado núcleo da inflação, este índice subiu 0,2%, acima da expectativa do mercado, devido a aumentos nos preços de automóveis e medicamentos. A energia caiu 6,6%, enquanto os alimentos baixaram 0,2%, na média.

Terça-feira, 18 de setembro: Fed reduz os juros nos EUA
O Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduziu hoje sua taxa básica de juros de 5,25% para 4,75% ao ano. Foi a primeira queda em quatro anos. Além de incentivar o investimento e o consumo, uma redução nos juros facilitaria a renegociação dos contratos que não estão sendo cumpridos por falta de pagamento, permitindo que mais pessoas mantenham suas casas. Um problema é que com a crise as casas se desvalorizaram, então alguns mutuários estão pagando preços acima dos valores atuais do mercado.

E isso tudo num momento em que a economia não anda assim muito bem das pernas por aqui. Afinal, segundo cálculos feitos pelo blog americano Pseudorandom, os EUA gastam por dia, na Guerra do Iraque, a bagatela de US$ 198.730.732. Um dinheiro que poderia ser utilizado dentro do país em muitos setores, não?

Fonte: Vida Global

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sobre terremotos

Vocês podem pensar que eu sou meio neurótica com essas coisas, porque há uns posts atrás falei sobre as precauções que se deve ter aqui por causa dos incêndios, muito comuns aqui na Califórnia e nessa época do ano. Mas, esse tipo de acontecimento faz parte da vida dos americanos. E eu vou ter que entrar nessa onda também, se quiser sobreviver por aqui!
Aqui, na costa oeste não chegamos a ter tornados, furacões ou tufões. O medo que todo mundo guarda é de terremotos. Não sou geóloga, sou jornalista, então não vou ficar aqui tentando dar aulas da geografia do planeta, mas a área do Pacífico é muito instável em termos de placas tectônicas. Elas estão sempre se mexendo. Dizem que todo dia há abalos sísmicos, só que a gente não percebe.

A coisa aqui na Califórnia é um pouco mais assustadora por causa da chamada "Falha de Santo André". A falha de Santo André ou de San Andreas é uma falha geológica tangencial que se prolonga ao longo de cerca de 1290 km através da Califórnia. Essa falha marca um limite entre a placa do Pacífico e a placa Norte-americana. É uma falha famosa por produzir terremotos grandes e devastadores como o que destruiu a cidade de San Francisco no início do século XX. A falha, devido ao movimento das placas, é dinâmica e poderá culminar com a separação de parte do Estado da Califórnia do continente Norte-Americano! Esse terremoto já tem até nome: "Big One" e todo mundo espera pelo dia que ele vai chegar, ou não! Cientistas dizem que ele vai ser tão forte que, do subsolo, virá uma explosão que vai arremessar para os ares, a uma altura de mais de dez metros do chão, prédios, casas, árvores, pontes e viadutos. E pessoas. O Big One teria uma força de destruição semelhante à de 25 mil bombas atômicas!!! A foto abaixo é da vista aérea, de uma parte da falha, que dá prá se ver na superfície; é só clicar nela prá ir ao seu domínio:

Como ultimamente esses abalos estão ocorrendo com uma certa frequência pelo mundo (Peru, México, Indonésia) eu ando com um pressentimento de que vamos ter um tremorzinho por aqui também - não o Big One, mas suficientemente big prá assustar. Por isso já estou investigando todas as formas de prevenção.

Os americanos aprendem o que fazer no acontecimento de alguma dessas tragédias, ainda na pré-escola - mas eu não! Além de orientarem as pessoas a ficar debaixo de estruturas fortes como mesas e batentes de portas, especialistas dizem que também é preciso prender móveis, como estantes, à parede, e até a utilizar um tipo de gel que deve ser colocado embaixo de enfeites ou bibelôts que estejam espalhados pela casa, para que eles fiquem colados e não saiam voando, no caso de um abalo forte. Televisão também pode virar uma arma contra você e principalmente contra crianças e animais domésticos, no caso de um terremoto, então o melhor é prendê-las às paredes!

Aqui em casa ainda temos muito que fazer para nos prevenir, mas vale a pena. Mas, como sempre devemos olhar prá qualquer tragédia pelo lado positivo, a única coisa que seria positiva caso acontecesse o Big One (e a gente sobrevivesse, lógico!) é que, apesar de eu morar num vale, há 40 minutos da praia mais próxima, a água subiria até aqui e eu estaria a minutos de caminhada de um paraíso... (brincadeirinha...)!

Essa matéria da Isto É tem uma explicação boa sobre essa história e ainda faz uma retrospectiva de terremotos que aconteceram por aqui, prá quem quiser!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Não podemos esquecer!

Há mais ou menos duas semanas que já se ouve falar, nos noticiários daqui, sobre o sexto aniversário do 11 de setembro. Impossível esquecer. Acho que todo mundo sabe o que estava fazendo naquele dia. Nem Bin Laden pôde deixar a data passar em branco. Ele apareceu com um suposto novo vídeo onde exige que os americanos se convertam para o islamismo. Vai entender!

Aqui muita gente estava achando que algum ataque estava por vir. Muitos deixamos de viajar durante esses dias. Evitamos locais onde achamos que algo poderia acontecer. Como antes de 11/09 descobriu-se um plano para um ataque em Los Angeles, e até pegaram um terrorista vindo pela fronteira do Canadá com explosivos e tudo para atacar o aeroporto, especialistas chegam a afirmar que o próximo ataque deve ser desse lado de cá.

Eu tenho muito o que falar sobre esse assunto. Todo mundo tem uma opinião sobre as causas, razões, justificativas sobre os ataques desse dia. Mas, vendo algumas entrevistas essa semana com os filhos daqueles que morreram no ataque das torres, algo me tocou fundo. Um deles se perguntava, em frente das câmeras: "Eu não fiz nada contra eles, meu pai não tinha culpa de nada!"

Acho que o menino tinha uns 14 anos mas ele entende, na prática, a diferença entre um ataque terrorista e uma guerra declarada. O terrorismo tem como base o ataque à civis, pessoas como eu e você, que não somos soldados, nunca brigamos na vida e nem sabíamos que nosso país estava em vias de ser atacado.

Esta é uma das razões principais para que os meus sentimentos estejam voltados a estas vítimas hoje! Não podemos esquecer!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Canções da nossa infância brasileira

Nunca fiz isso aqui, mas recebi um email da minha irmã com um texto que eu já conhecia mas que me impressionou de uma maneira diferente desta vez, por isso decidi copiar e colar. Não há autor para o texto, se alguém souber me avise para colocar a fonte aqui, ok?

"Eu, um Brasileiro morando nos Estados Unidos da América, para ajudar no orçamento, estou fazendo "bico" de babá e estudante. Ao cuidar de uma das meninas de quem eu "teoricamente" tomo conta, uma vez cantei "Boi da cara preta" para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.

Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:

Boa noite, linda menina, durma bem.
Sonhos doces venham para você,
Sonhos doces por toda noite"... (Que lindo, né mesmo!?)

Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras, em português, da música "Boi da cara preta" queriam dizer em inglês:

Boi, boi, boi,boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta..."


(???)


Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "boi da Cara preta" era uma ameaça, era algo como "dorme logo senão o boi vem te comer"? Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina? Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite...

Que tal! "nana neném que a cuca vai pegar..."? Caramba!... Outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro, que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil.

O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma auto-estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa. Por que isso acontece? Trauma de infância!!!! Trauma causado pelas canções da infância.!!!!

Vou explicar: nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias Desde o berço! Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos. Exemplificarei minha tese:

Atirei o pau no gato-to-to
Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-ca-ca admirou-se-se
Do berrô, do berrô que o gato deu Miaaau!

Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de "D.Chica". Uma vergonha!

Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré, marré, marré.
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré de si.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré, marré, marré.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré de si.

Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!! É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico... Fala sério!!!

Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá!
Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
Tenho medo de apanhar.

Quem foi o adulto sádico que criou essa rima? No mínimo ele espancava o pobre Bitú.....

Marcha soldado, cabeça de papel!
Quem não marchar direito,
Vai preso pro quartel.

De novo, ameaça! Ou obedece ou você vai se fu..... Não é à toa que o brasileiro admite tudo de cabeça baixa....

A canoa virou,
Quem deixou ela virar,
Foi por causa da (nome de pessoa)
Que não soube remar.

Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e a condenar um semelhante. Bate nele, mãe!

Samba-lelê tá doente,
Tá com a cabeça quebrada.
Samba-lelê precisava
É de umas boas palmadas.

A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada e necessita de cuidados médicos. Mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas! Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitú....!!

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou...

Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio??

O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.

Desgraça, desgraça, desgraça! E ainda incita a violência conjugal (releia a primeira estrofe)."

Claro que afirmar que todos os problemas brasileiros provêm dessas canções de ninar é um exagero, mas vocês concordam que realmente as músicas são um pouco negativas para o inconsciente de uma criança?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Sobre incêndios


Quase todo dia, durante todo o verão, há notícias de incêndios por aqui. E alguns têm sido bem perto de onde moramos, geralmente perto de estradas, porque muita gente que fuma, joga a ponta do cigarro prá fora da janela e acaba provocando uma destruição trágica, porque o ar é muito seco e a grama tá toda queimada. Também há aqueles que são causados por piromaníacos, que sentem um certo prazer em ver fogo. Outra razão para o início de incêndios aqui são os raios que quando caem no meio de florestas, espalham fogo e aí, é bem difícil de conter.

Hoje, a notícia de que um incêndio, que começou em junho, num Parque Nacional aqui na Califórnia, tenha sido contido, trouxe alívio. 240 mil acres foram queimados. O incêndio começou por causa de faíscas provenientes de um equipamento que estava sendo usado no conserto de uns canos d'água. Os dois trabalhadores envolvidos estão sendo processados por terem sido negligentes. Mas, a preocupação continua porque novos focos são encontrados a toda hora. E aqui, muita gente já se prepara para acontecimentos como estes.

Tenho uma amiga aqui que me disse que há uns anos atrás, quando a situação também estava bem crítica, como agora, que um fogo estava perto da casa dela, numa floresta. Os bombeiros foram na vizinhança e avisaram a todos para recolher roupas e qualquer coisa de valor e colocar dentro de seus carros, porque se o fogo chegasse mais perto eles evacuariam a área sem dar tempo prá ninguém retirar nada. No final, eles conseguiram conter o fogo e eles não precisaram deixar a casa, mas a sensação de que você vai ter que abandonar seu lar prá ser destruído não deve ser das mais agradáveis.


A maioria das pessoas por aqui tem uma caixa que é resistente à fogo, prá você colocar documentos e outras coisas que são importantes prá você. Em caso de incêndio, a casa pode ser destruída, mas a caixa fica intacta. Nós aqui em casa não tínhamos uma e adquirimos essa aí da foto só por precaução. Ela é bem parecida com uma maleta, com alça e bem pesada, e nos custou em torno de 20 dólares, mas valeu a pena a paz de espírito que ela nos trouxe...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Dia do trabalho


Esse foi um final de semana prolongado por aqui porque hoje é comemorado o dia do trabalho nos EUA. O Primeiro de Maio, que é, em varios países, o dia oficial do trabalho, aqui não é reconhecido porque originou-se através de um movimento anarco-socialista, e aqui socialismo e comunismo eram palavrões no século 19.


Na verdade o Labor Day, como é chamado aqui, é celebrado sempre na primeira segunda-feira de setembro, dando a todos a oportunidade de aproveitar o que é não-oficialmente chamado de o fim do verão. A data também marca o início do campeonato de futebol americano - que é como a Copa do Mundo pra gente - com times da National Football League.


É muito comum as pessoas aproveitarem o feriado para viajar ou apenas relaxar e receber os amigos para um bom churrasco. Por aqui, na Califórnia, o calor bateu recordes, então churrasco estava fora de cogitação. A melhor opção foi mesmo ir à praia ou, pra algum lugar que tivesse um bom ar-condicionado, como cinemas ou museus.