segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sacolas plásticas

Recebi um comentário no meu último post (Quero ser verde) de uma querida amiga internética que me lembrou do tema das malditas sacolas plásticas. (Megui, não te respondi porque por descuido apaguei seu comentário e não sei onde você o colocou! Sorry!). Achei que o assunto era bem a propósito.

Como disse anteriormente, eu estou embarcando seriamente num caminho para me tornar mais ecologicamente correta. Pretendo fazer pesquisas, tentar algumas sugestões e contribuir para que o nosso planeta e os seres vivos contidos nele não sejam tão maltratados.

Você provavelmente já ouviu falar que as sacolas plásticas não fazem bem para o meio ambiente. Primeiro porque, como tudo o que é descartável, tende a criar uma montanha de lixo desnecessário. Segundo porque a produção do material das sacolas plásticas é agressiva ao meio ambiente. Ela coopera para o esgotamento de sua matéria-prima, o petróleo, que é um recurso natural não renovável e essencial na fabricação de outros produtos. Entre eles, gasolina, óleo diesel e asfalto. Sem contar que o refino do petróleo causa emissões de gases poluentes.

Terceiro porque o plástico das sacolas leva cerca de 300 ou até 400 anos para se decompor. Elas impermeabilizam solos, poluem mares e rios e entopem bueiros, dificultando o escoamento da água das chuvas, sendo uma das mais importantes causas de enchentes. Quarto porque, na natureza, os resíduos plásticos causam a morte de muitos animais. A cada ano, 1 milhão de aves marinhas, 100 mil mamíferos marinhos e inúmeras espécies de peixes morrem ao ter contato com o material. As tartarugas-de-couro morrem asfixiadas ou por ingestão de sacos plásticos, que são confundidos com seu alimento natural, a água-viva. Elas morrem ao engolir o plástico!


O problema é que a sacola de plástico está presente no cotidiano de pessoas de todas as idades e classes sociais. Para quem vende ou para quem compra, tornou-se automático associar qualquer produto a uma sacola: não só em grandes compras, como também nas bem pequenas. Quem nunca carregou um simples livro, uma caixa de remédio, uma lata de refrigerante ou qualquer objeto solitário numa sacola dessas? No Brasil, um uso ainda mais comum, apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como a maior causa para a proliferação dessas sacolas é seu uso para forrar latas de lixo – seja em casa, na escola, em banheiros ou nos escritórios.

Hoje, a urgência em eliminarmos - ou, pelo menos, reduzirmos - o uso das sacolas plásticas é inegável. Desde o início desta década, pelo menos, há diversas iniciativas, nesse sentido, pelo mundo afora. Algumas baseadas em pura ideologia e consciência; outras levando em conta “o bolso” - já que boa parte da humanidade, infelizmente, só entende a linguagem do dinheiro. Mas, que seja! O que importa é o resultado que se obtém deese tipo de iniciativa: a redução da agressão ao meio ambiente.

Eis alguns exemplos:
- a Irlanda foi o primeiro país da Europa a aplicar impostos sobre o uso de "sacolas plásticas". Isso aconteceu em 2002 e reduziu em 90% o consumo do produto;
- em 2005, Ruanda acabou com a "festa" das sacolinhas;
- em Bangladesh, isso aconteceu em 2007;
- em 2007, também, São Francisco foi a primeira cidade a proibir o uso dessas sacolas; agora parece que todo o Estado da Califórnia vai aderir ao movimento;
- no ano passado, a China começou uma campanha para acabar com as descartáveis gratuitas e
- Israel, Canadá, Índia, Botswana, Kenya, Tanzânia, África do Sul, Taiwan e Singapura também proibiram seu uso ou estão a caminho disso.

No Brasil, eu não encontrei nada falando sobre cobrança de impostos para o consumidor que optar pelas sacolinhas plásticas. Talvez fosse uma boa alternativa. Mas já existem algumas iniciativas interessantes: em Santa Catarina, a ACATS - Associação Catarinense de Supermercados liderou uma campanha para incentivar os supermercados a abandoná-las de vez. Em junho do ano passado, foi a vez do governo se manifestar: o Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha “Saco é um saco”, focando diretamente no consumo das sacolas plásticas com apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), para incentivar o uso de alternativas às sacolas, nas compras. Alguns supermercados, como o Carrefour, já oferece sacos de lixo fabricado com material reciclado.

O pessoal que defende o uso das sacolas plásticas tem bons argumentos. A produção de plástico corresponde a "apenas" 4% da extração mundial de petróleo. E a sacola feita desse material traz alguns benefícios: elas são práticas, higiênicas, inodoras, neutras e podem ser reutilizadas. No descarte de lixos, as sacolinhas ajudam a reduzir a proliferação de doenças e a atração de insetos e ratos, garantindo a saúde pública. O plástico em contato com a terra ou a água é inerte, não polui nem contamina solos. Por ser 100% reciclável, pode ser transformado em novos produtos ou em energia, desde que descartado corretamente. Mas o problema é que as pessoas que não reutilizam nem descartam as sacolas como se deve. E essas pessoas são a maioria das que fazem uso delas.

Já faz bastante tempo que as recuso. No começo era difícil porque sempre esquecia de levar uma bolsa grande para colocar as compras. Mas ganhei duas bolsas de pano que cabem dentro da minha bolsa como uma carteira e agora ficou mais prático. Aqui nos EUA é muito comum as pessoas levarem as próprias bolsas para o supermercado. Mas também há postos de recolhimento para quem prefere reciclá-las em quase todos os supermercados.

De qualquer forma, não é assim tão difícil recusar. E de quebra, você pode até estar fazendo um bem para o meio ambiente. Você acha que essa é uma ação não muito prática? Você tem outras soluções para o problema que são mais práticas? Envie suas idéias para mim!

Um comentário:

Lorna disse...

Oi Simone, primeira vez no seu Blog e já de cara, amei o seu post. Também tenho essa motivação verde e aqui nos EUA uso sempre as sacolas de tecido que trago de casa. Mas tenho um problema, preciso de sacos de lixo para as lixeiras do escritório, banheiro e para a cozinha. Você tem alguma sugestão, viu em algum lugar alguma forma mais verde de jogarmos o lixo fora?